Na sociedade Yorúbá mais antiga, as mulheres são consíderadas como representantes de poderes capazes de controlar reservatórios de energias espírituais imensas dentro de si. Este imenso poder pode ser dirigido para criar ou destruir a vida. Os homens da comunidade reconhecem este poder cultuando Èfé -Gèlèdè. Este culto possui como principal característica, as famosas máscaras Èfé - Gèlèdè. O ser semi-animal, semi-humano que tem, como intermediário, entre os mundos sua pele. Este fato permite compreender a importância da máscara (essência espiritual do totem, as máscaras masculinas no culto Èfé-Gèlèdè chamam-se Akògi e as femininas Abògi ). "Pois o iniciador que dança é o esp´rito luminoso do animal ", a máscara conduz a dança; esforço coletivo do clâ, não para invocar a uma divindade, mas para representar uma espécie de mímica mágica, que visa proteger e fertilizar a toda comunidade. Por causa da idéia de vida e fertilidade, o culto anual de Èfé - Gèlèdè é organizado no começo da estação agricultural (em março na África). O culto, surgiu na cidade de Ketu no décimo quarto século e foi adotado por todas as comunidades situadas no corredor comercial do estado Yorúbá a oeste, sendo diferente do culto a Èégúngún que influenciou e influencia até hoje, todo o território Yorúbá de uma forma em geral. Èfé-Gèlèdè é apenas uma parte do culto de Ìyámi Òsòròngá, a parte diurna, Èfé é a parte noturna e seu complemento.
Èfé é o Orixá Èsú em sua manifestação de pássaro noturno. Nas máscaras Gèlèdè, quase sempre estão representados pássaros e serpentes, a serpente por ser um animal essencialmente noturno e os pássaros por possuírem uma potência espíritual equivalente as das mulheres, neste sentido, as aves e as serpentes formam a expressão visível do corpo de Ìyámi. As aves representam Ìyámi porque viajam no ar (símbolo do vôo noturno- projeção astral- caracteristico da pratica da magia de Ìyámi).Assim, as aves nos ligam às serpentes mesmo que apenas através de sua oposição simbólica. Em todas as culturas , tanto as aves quanto as serpentes sempre aparecem como imagens prímárias e fundamentais da energia feminina superior do universo(e nem sempre são inimigas), pois se enquanto as aves voam em direção a magia das alturas e do sutil, as serpentes rastejam seu ventre carinhosamente aprofundando-se nos mistérios da tera. De certa forma, é fácil perceber que as aves e serpentes representam o eterno jogo de troca ene o consciente e o inconsciente, tornando-se óbvio percebermos que o encanto das aves(particlamente as noturnas) é a sua cpacidde de voar(transitr nos aspetos mais sutis da naturea) e principalmente, nestes aspectos mais sutis na condição noturna(fonte de medo e apreensão inconsciente relacionada aos temores mais profundos dos seres humanos). No caso das serpentes elas precisam trocar de pele periodicamente e isto lhes proporciona uma aura de imortalidade. Possuem uma qualidade andrógina: esticadas, parecem falos; enroladas, assemelham-se às dobras da vulva vaginal. Com este imenso símbolo andrógino, as serpentes são são a própia sexualidade encarnada e fortemente vivíficada na natureza. Por isso, quando se vê as serpentes enroladas nas máscaras Gèlèdè ou mesmo, participando"ativamente" da magia de Ìyámi Òs`ròngá(òsòròngá mesmo é o nome de um pássaro noturno), pode se ver a força de nossos mais antigos primórdios unindo-se a imagem original de Deus no universo, ou como alguns preferem: Deusa. voar e trocar de pele são uma magia infinita, original, arcaica e totalmente plena; sendo de força incomensurável, poucos podem transitar entre estes aspectos sutis e densos da natureza de uma forma plena, sem arriscarem-se ao vôo nturno. O culto anual a Gèlèdè, oferece tributo a potência m´stica dos antepassados das pessoas idosas e líderes da comunidade. As gèlèdè são conhecidas como mães anciãs, está em garantir uma vida construtiva, relacionando-se a fertilidade e a sabedoria do segredo da vida, no entanto, elas também possuem o mesmo poder em polaridade destrutiva. Os dançarinos de Gèlèdè são homens, contudo representam homens e mulheres em suas representações.Na dança feminina Gèlèdeé poderosa e contida, entretanto, na dança masculina é violenta e agressiva. As Gèlèdé possuem uma "ordem de entrada" nas suas ritualidades, pois seu culto(diurno) é sempre feito na praça do mercado na medida em que o ato de negociar mercadorias dentro da cultura Yorúbá é especialmente feito por mulheres. O ststus de uma mulher Yorúbá deriva em maior parte pela sua reputação em saber negociar, do que pela sua riqueza, ou o grau de "mimo" que dá a seu marido. Desde que a principal ocupação das mulheres Yorúbá, está em negociar, muitas máscaras descrevem "comercios femininos". Estas mulheres são economicamente independentes de seus maridos e possuem o potencial de ganhar mais dinheiro do que eles. Por isso tais aspectos como paciência, auto controle, reverência e riqueza, são simbolizados como mulheres. Portanto a praça do mercado representa simbolicamente o universo e o poder feminino atuando dentro dele(agora é facil entender, poque Èsú é conhecido como Òlójá "Dono do mercado" e por isso mesmo sua grande relação com Gèlèdè).
Texto extraido do mesmo livro de pesquisa das postagens abaixo.
é muito motivador ver a trajetória de uma pessoa que busca beber nas fontes mais puras e cristalinas do culto, e assim conhecer a raiz do culto, a fim de levar esclarecimento as pessoas, asê
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