sábado, 16 de abril de 2011

A INFLUÊNCIA DO OBSTÁCULO DIVINO NO NOSSO DESTINO

(Da  OBRA COMPLETA DE ỌRÚNMÌLÁ - A SABEDORÍA DIVINA, de  Mr. Cromwell Osamaro)


IwOrígogbe, um dos Odu mais velhos (discípulo) de Ọrúnmilá, revelará mais tarde a influência em nossas vidas da divindade chamada Infortúnio. Elenini (Ido-Boo) é o guarda da Câmara interna do Palácio divino de Deus, aonde todos vamos nos ajoelhar para fazer os pedidos e juramentos para a nossa permanência no mundo.

Uma vez tendo completado as providências para nossa partida, seremos conduzidos por nossos “anjos guardiões” à câmara interna, aonde fazemos nossos próprios desejos. Deus não nos conta o que vai ou não vai acontecer conosco ou nos dar algum desígnio especial. Tudo aquilo que vemos, desejamos fazer ou transformar, Ele simplesmente abençoa dizendo:

“- Que assim seja minha criança!”

Quando IwOrígogbe estava indo para a terra, ele fez um pedido, que queria modificar a face da terra, eliminando todo mal e elementos viciosos. Para ser capaz de executar sua tarefa, ele solicitou de Deus um poder especial sobre a vida e a morte. Deus respondeu que seu pedido estava concedido.

Envolvido pelo poder concedido a ele por Deus, partiu rapidamente em sua jornada para a terra.

Seu anjo guardião o relembrou da necessidade de assegurar seus pedidos com Elenini a mais poderosa divindade, mas ele disse ao seu anjo que não havia força maior que Deus e desde que ele tinha obtido autOrízação divina, não via porque se justificar com alguma divindade inferior. Assim que deixou o palácio divino, Elenini inverteu os desejos de IwOríbogbe.

Na chegada a terra, ele descobriu que ao contrário de seus pedidos, estava se encontrando por acaso em dificuldades. Veio a saber que tudo aquilo que ele pediu estava acontecendo sempre ao contrário. Quando ele rezava para pessoas viverem, eles morriam, enquanto aqueles que ele desejava mortos, viviam.

Ele se tornou muito amargurado e desiludido, por que ninguém se atrevia a ir até ele para consultar o oráculo, ou pedir auxílio, desde aquilo que havia feito, pagava muito caro por isso. Após passar fome dentro de sua frustração por algum tempo, ele decidiu retornar ao céu.

Chegando ao céu, ele foi ao seu anjo que o relembrou do aviso dado a ele antes da partida do céu.

Foi neste ponto que ele concordou em ir ao oráculo, aonde foi informado a fazer sacrifícios elaborados para Elenini, a mais velha das divindades. Ele fez o sacrifício e retornou subseqüentemente para a terra para uma vida produtiva e realizada.


A FUNÇÃO DO ANJO GUARDIÃO



O principal arquiteto do nosso destino, tanto no céu como na terra é o nosso anjo guardião. Ele nos informa o que fazer antes da vinda do céu para o mundo. Alguém que segue a direção e as instruções de seu anjo guardião nunca se perde. Os Yorùbá o chamam Eleeda e os Bini o chamam Ehi. Aqueles que são meticulosos o bastante para ir ao oráculo no céu antes de vir para o mundo, e fazer tudo aquilo que lhes for avisado no jogo para fazer, agüenta melhor até mesmo mudanças de uma permanência tranqüila e razoável na terra.

Aqueles que se recusam a acatar as prescrições ou então fazem apenas metade, encontram todo tipo de problemas em ambas as jornadas, na vida e no mundo. Todas as criaturas animadas por Deus tem seu anjo guardião individual. Tanto as divindades inferiores e humanos igualmente são conhecedoras de ter seus guardiões. Esses guardiões moram no céu e guardam vigia sobre nossas atividades na terra. Acredita-se na mitologia que a sombra de uma pessoa é a imagem do seu guardião. Nos seguindo aonde quer que nós vamos. Ocasionalmente quando nós estamos adormecidos, sonhamos com um evento por vir e algumas pessoas atualmente estão percebendo estes eventos. Estes livros estão repletos de passagens nas quais o guardião de várias pessoas lhes aparece em sonhos para guiá-los em suas atividades na terra. Isto acontece na maiOría dos casos quando um indivíduo está se desviando do caminho do seu destino e ele não é dado a ir consultar o oráculo.

É em tais circunstâncias que o anjo recorre ao uso dos sonhos ou avisos através de amigos íntimos e parentes, para nos advertir sobre eventos prestes a acontecer. Quando o anjo descobre que seu pupilo não acredita em sonhos, sempre pode falar com ele através de outras divindades. Há muitos exemplos em que um vidente estranho chega para uma pessoa ao longo da jornada em seu local de trabalho ou em sua casa para alertá-lo de perigos prestes a acontecerem e o que ele pode fazer para desviá-los.

Assim todos os exemplos são arquitetados por nossos anjos. Para aqueles que acreditam no oráculo e em sacrifícios, são freqüentemente avisados a fazer sacrifícios por meio de seus anjos.

Nós iremos descobrir através destes livros quais materiais para tais sacrifícios são usados pelos anjos para receber Oríentação do Alto poder para ter suporte na realização dos vários objetivos de nossas vidas.

O papel mais importante do guardião é usar o sacrifício feito por seu tutelado no céu para homenagear todas as divindades com provável desempenho de função em suas atividades diárias na terra. Aqueles que falham em fazer tais sacrifícios no céu, são os que se tornam pobres na terra. Os sacrifícios são feitos através de nossos anjos antes de partir do céu, e aproximando-se a semeadura , nós semeamos, fato que, como a noite segue o dia, produz o benefício o qual nós colheremos depois no mundo. É uma paródia da justiça divina, louvar uma vida de perpétua privação e penúria, levando isso como integridade moral.

Pobreza não é sinônimo de virtude, por que a ninguém é dada à opção de escolher entre opulência e penúria.

A verdade simples é que ninguém colhe aquilo que não plantou, ninguém vai pegar seu pacote de pagamento donde ele não tenha trabalhado. Ninguém vai tirar dinheiro de um banco no qual ele não tenha depositado ou tenha crédito.

Ninguém espera colher dividendos de uma companhia na qual ele não tenha investido. E ninguém espera obter um certificado ou diploma de um curso ou estudo que ele não tenha realizado com sucesso. Da mesma maneira, ninguém espera ter uma vida boa na terra, se não fez o sacrifício antes de sua vinda do céu.



A FORÇA DO DESTINO EM NOSSAS VIDAS


Como já foi indicado, a duração de nossa permanência na terra, o tipo de trabalho que fazemos, e o grau de nosso sucesso ou fracasso na vida são todos funções de nossas próprias solicitações destinadas. Nós veremos por exemplo os trabalhos de IwOríbogbe, que se uma pessoa escolhe pagar uma visita rápida no mundo, não haveria virtualmente nada que se pudesse fazer para prolongar a vida de tal pessoa na terra, exceto em raras circunstâncias, aonde seu guia divino pode modificar o destino propenso. Esta classe de pessoas é que são chamadas IMERE em Yorùbá e Igbokhuan em Bini, vêem para o mundo por umas poucas horas, dias, semanas, meses ou anos e morrem quando chega à hora escolhida. Foi apenas Ọrúnmìlá que descobriu o segredo de como prolongar as vidas de tais pessoas na terra, que ocorre apenas se os pais da criança são capazes de descobrir pelo oráculo com boa antecedência, que o nascimento da criança será Imere.

Por exemplo uma pessoa vem do céu com a determinação de se tornar um fazendeiro na terra. Dependendo do tipo de liberação de poderes celestes que ele obteve, ele poderá gostar de agricultura logo que ele se torne adulto no mundo e prosperar imensamente. Se por outro lado ele falhou na obtenção da liberação dos poderes superiores no céu, ele pode se tornar um profissional completamente diferente no qual ele nunca será capaz de encontrar o fim, tendo se desviado fora das suas escolhas vocacionais ou profissionais. Um ponto significante para se ter em mente é que ninguém alguma vez relembra suas frases no céu na partida para a terra.. Èşù usa o período de espera no Erebus e o processo da infância para apagar (bloquear) toda memória do que nós somos no céu e o que planejamos fazer na terra.

Ninguém veio alguma vez do céu, exceto os Imere, com pedidos ruins para si mesmos. Todo mundo deseja ter sucesso naquilo que faz, mas seu sucesso depende principalmente na quantia de autorízação que recebeu das altas divindades antes da vinda para a terra. Algumas pessoas fogem do céu sem obter a liberação de ninguém. Há pessoas que divagam por toda parte no mundo por querer uma vida estável. Quase invariavelmente uma vida tranqüila esquiva-se deles em toda parte, já que eles não fizeram programação para isso. Tais pessoas vem ao mundo para censurar e culpar Deus, seu guardião ou suas cabeças e companheiros humanos, por suas falhas e infortúnios. Mas eles tem que culpar unicamente a si mesmos.
È como alguém partindo para uma nova fazenda sem estar à altura do trabalho e nem ter comida para a jornada.

Na chegada ao mundo, um número de pessoas é afortunada tendo bons pais que vão a algum tipo de oráculo ou outro tipo de sacerdote. Só os pais são capazes de descobrir a tempo o tipo de criança que eles têm, eles podem iniciar suficientemente cedo a tarefa para o preparo dos pés da criança no caminho certo do seu destino.

Um aspecto muito importante do destino de uma pessoa é a divindade dominante de sua vida.

Como indicado anteriormente, antepassados dos homens vieram a este mundo sob a liderança de uma ou outra divindade. É a alguém que veio sob a Oríentação de Ọrúnmìlá que será requerido que seja bem sucedido servindo Ọrúnmìlá no mundo. O mesmo é verdade para todas as demais divindades como Ògún, Şàngó, Olokún, Ọya, etc.

Do mesmo modo, é a pessoa que veio sob a Oríentação de Orísa N’la (representação personificada de Deus) que irá prosperar seguindo o caminho da religião moderna.

A tragédia da existência do homem é que quando um seguidor de uma divindade observa os seguidores de outras divindades, felizes e contentes em sua própria facção, ele acredita que ele seria igualmente bem sucedido, abandonando os serviços de sua própria divindade pelo serviço de outra.

Há pessoas que ou caem da frigideira para o fogo ou passam através da vida como se estivessem envolvidos em uma busca sem fim por um porto seguro.

A advertência para tais pessoas é irem ao algum tipo de oráculo, eles têm a função e autorízação para descobrir suas divindades Oríentadoras. Tão logo isto seja desvendado uma proporção considerável do tamanho de seus problemas terá sido resolvida.



A POSIÇÃO DO ORÁCULO EM NOSSAS VIDAS

A consulta oracular (divinação) é definida como a faculdade da previsão. Vem da palavra em latim Divinatus, Divinare” – prever. A arte e a prática da previsão dos eventos futuros ou o desconhecidos, por meio de oráculos ou ocultismos. Uma profecia, predição ou augúrio.

Divinação é a arte de possuir visão, perspicácia e percepção das sortes, infortúnios e futuro. Pode ser feito algo pela oração de videntes cristãos ou através de um sacerdote de Ifá, ou algum outro sacerdote de outra divindade, ou através de algum outro tipo de oráculo. Por Ògún, Şàngó, Olokún, etc, sacerdotes que prevêem o futuro quando possuídos também são um divinador.

Com referência em particular a Divinação de Ifá, é feita numa das quatro maneiras pelo sacerdote de Ifá. Pode ser feira com um Obi de quatro partes, arremessado ao chão e interpretando a proclamação do Ọdu surgido através das peças do Obi. O alcance do oráculo pelas quatro partes do Obi é limitado e só sacerdotes de Ifá altamente experientes vêem e dizem muito sobre isto.

Divinação é feita muito freqüentemente com o Opele, o qual é capaz de traduzir o alcance total do oráculo de Ifá. Nós veremos mais tarde que há 256 Odus no corpo de Ifá. Alguns principais chamados Olodus são em número de dezesseis. Os 240 restantes são chamados simplesmente Ọdus. Todos eles contudo são tratados por seus nomes individuais.

Quando o Opele é lançado ao chão, o sacerdote lê em voz alta o Ọdu que tem aparecido para informar ao inquiridor. Logo que o nome do Ọdu é sabido, o sacerdote traça imediatamente a trajetória daquele Odu
relevante para a questão perguntada.

Suponhamos que um homem se preparando para viajar do céu para a terra vá a um sacerdote de Ifá no céu para consultar o oráculo e o sacerdote opte por usar o Okpele, Suponhamos ainda que depois de lançado seu okpele, Ogbe-Oligun saia. O sacerdote de Ifá simplesmente irá relembrar o sacrifício que Ogbe-Oligun fez antes da partida para a terra no começo dos tempos. Se por outro lado Ogbe-Oligun apareceu numa divinação terrestre para um homem que quer fazer uma viagem, o sacerdote de Ifá também se lembrará à experiência de Ogbe-Oligun numa situação similar quando ele estava no mundo.

O Ọdu aparecendo por meio deste instrumento oracular é similar às estrelas as quais os astrólogos lêem quando nasce uma pessoa. O sacerdote de Ifá tem um conhecimento razoável do que cada Ọdu fez no céu e durante sua vida na terra. Se alguém por conseguinte vai ao oráculo e um Ọdu em particular surge, o sacerdote só relembra o evento em particular na vida e o trabalho daquele Ọdu, pertinente ao assunto em questão e informa ao consulente para fazer a mesma coisa que Ọrúnmìlá fez em circunstâncias similares. Se ele recomenda sacrifício e é feito de acordo, o consulente certamente obterá de certa forma o auxílio que Ọrúnmìlá teve na mesma situação.

A terceira forma de divinação é o Ikin ou (Iken em Bini). Este é constituído por 16 caroços de palmeira transferidos entre as duas palmas das mãos. O sacerdote de Ifá pede ao consulente para tocar sua cabeça com os 16 Ikin e o sacerdote começa embaralhando os Ikin entre as mãos. Usando a palma esquerda como base para os Ikin, ele tenta removê-los todos com a mão direita. Se por exemplo ele removê-los todos ficando dois Ikin na palma esquerda ele então marca uma linha no Ọpọn-Ifá (Bandeja de Ifá) com Iyerosun ou pó divinatório. Ele também marca duas linhas se apenas um Ikin permanecer na mão esquerda.
Ele vai por meio deste processo fazendo oito vezes até preencher o Ọdu e fazê-lo aparecer na bandeja.
Este primeiro Ọdu que surge na bandeja, o qual fornecerá as informações que o sacerdote irá interpretar depois.

Depois da marcação do primeiro Ọdu, vai buscar confirmação através do mesmo processo obtendo o segundo Ọdu. Para completar o processo ele finalmente questiona se há algum obstáculo no assunto do inquiridor. Se é revelado pela terceira marcação na bandeja que há obstáculos, o sacerdote continuará a perguntar a causa e o tipo, antes constatando o que tem sido feito a esse respeito pelo consulente. Os detalhes deste processo será explicado neste livro mais tarde.

A quarta e mais importante forma oracular é uma que tem seu lugar quando uma pessoa está preparando seu próprio assentamento de Ọrúnmìlá ou quando ele é iniciado em Ifá. Que é quando ele se encaminha para Ugbodu. O processo adquire a mesma forma anterior, mas neste momento o primeiro Ọdu que sai no Ugbodu, se torna o nome do iniciado de Ọrúnmìlá. A vida histórica daquele Ọdu é narrada ao iniciado e sua vida irá experimentar os mesmos problemas e expectativas como aqueles do Ọdu.