sexta-feira, 12 de novembro de 2010
A RELAÇÃO ENTRE ÒRÍ E ÈSÚ
Fá (Ìfá), terrívelmente desolado e infeliz,, malquisto por seu Rei Metolofi, consulta o òráculo para encontrar remédio para sua situação. O Odu Otúrúpon lhe responde que deve juntar todos os frutos redondos que encontrar e levá-los a sua mãe, para que ela faça uma oferenda. Como ela se encontra num lugar extremamente distante, Èsú se oferece, por um galo e algumas gulodices, para servir de mensageiro, chegando à casa da mãe de Fá, Èsú lhe diz que seu filho faleceu e não ha ninguém, para realizar os funerais. Pede-lhe, que venha com urgência ao país de Metolofi. Ela chora: como faze-lo? esta velha e não pode mais andar; Èsú diz, que pode levá-la se receber alguma coisa... A mãe tinha um bode de doze chifres, Èsú pede-lho e ela recusa , porque não lhe pertence. Ela diz: " ele pertence a vida " (Mawu, a entidade suprema), apenas o confiaram à mim ". Como Èsú insiste, dizendo que sem ele, não à levaria, a mãe acaba por lhe dar o bode. " E Èsú apanhou o bode e o matou. O sangue que jorrava do corpo do bode era fogo, e o fogo se estendeu por todo lugar e recobriu todo o corpo de Èsú". Ele decidiu consultar Fá, que lhe disse, que fizesse rápidamente uma oferenda com os orgãos internos do bode. Uma vez efetuada a oferenda, Èsú decide cozinhar a cabeça do animal para comer a carne, coloca à numa panela de barro, mas apesar do fogo e do tempo de cozimento, a cabeça não fica cozida e cansado, Èsú decide conduzir a mãe e levar consigo a comida. Prepara uma rodilha de dezâ. "Ora, nessa época Èsú , ainda, não tinha cabeça". E assim ele coloca a rodilha nos seus ombros e virando o recipiente enegricido, depois de retirar a água, coloca-o por cima. " E o dezâ converteu-se em seu pescoço e a panela em sua cabeça." Cantando, leva à mãe, por meios mágicos, e ambos chegam de imediato ao lado de Fá. "Fá também não tinha cabeça." Sua mãe conta-lhe a hístória do bode, mas Fá concorda, visto que foi o oráculo quem indicou Èsú para fazer o sacríficio. Ele se lamenta de sua má sorte e de não ter cabeça. É preciso fazer a oferenda com os frutos redondos, ao pé do Rei Metolofi. Ela vai, e lá se desculpa pela modéstia do presente que pode oferecer ao Rei. Este, quer ver do que se trata; A cabaça está cheia de frutos redondos, apanha no seu interior um mamão e introduz-lhe uma faca, dividindo-o em dois. Aparece uma grande quantidade de groás preto e ele aproxima-se para os ver melhor. Nesse instante, o mamão fixa-se em seus ombros e é assim que o Rei adquire uma cabeça. Ele homenageia a mãe e pergunta-lhe seu nome ao que ela responde : Nã. O Rei disse: " a partir de hoje, voçe se chamará, Nã Taxonumeto, a mãe que dá uma cabeça às pessoas". "Foi assim que a partir daquele tempo, para se ter uma cabeça ( filhos), sempre era necessário dirigir-se a Nã ( as mulheres )." É sob esse signo que os filhos vem ao mundo, a cabeça em primeiro lugar. " A história acaba com dois comentários: "É no fogo do bode misterioso que vive desde então, Èsú , cujo o rosto talhado no òpón Ìfá aparece coroado de chamas." E mais adiante: "Foi assim que Èsú adquiriu uma cabeça, graças a Otúrúpon, que rege; gravidez e tudo o que é redondo". Poucos comentários são necessários: destaca-se a relação entre Èsú e o fogo, seu componente iná, associado à força procriadora Egán que Èsú transporta. Sua própia cabeça nasce da interação bode-panela. Será Èsú quem transportará Iyá-mi Nã " que dá uma cabeça as pessoas". O Orí, a gravidez, e o nascimento de filhos são possíveis, graças a atividade de Èsú. É importante ressaltar que os filhos chegam ao àyé, "a cabeça em primeiro lugar ". Com efeito, Orí é o que individualiza, será o primeiro a nascer e o ultimo `expirar. Orí também será o primeiro que deverá ser venerado por um ìndivíduo, antes mesmo de seu Òrísá. "Òrí... cuida do interesse individual e pessoal, enquanto Òrisá existe no interesse da tribo como um todo... coletivo. (texto transcrito por Maupoil; 1943. 534sss , o qual repasso aqui com a ùnica finalidade de partilhar, conhecimento e entendimento do culto.)
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Acredito que essa historia se propõe examinar e dissolver algumas interpretações sobre a concepção da vida/morte e seus mecanismo rituais através de Exu
ResponderExcluirContinuando o comentário anterior,
ResponderExcluirSem Ori nada e feito! A cabeça em primeiro lugar. Nascemos primeiro pela cabeça e morremos por último pela cabeça.
Tata Biluca de Angoro