sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ifá o Òrìsà do Destino - Introdução

Òrúnmìlà-Ifá, ocupa uma posição única no panteão africano, através dele podemos decifrar o código secreto espiritual de qualquer ser humano, comunidade ou Nação, pois nele está inciso o poder da criação.

Na ordem divina de Olódùnmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà-Ifá conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação com o Universo, e o destino que escolhemos para voltar a vida quando nascemos. Ele é o diagnóstico de nosso Elédà (mente superior), sabendo tudo o que aconteceu no passado, está acontecendo e qual será o nosso futuro. Òrúnmìlà-Ifá é a tradução da sabedoria infinita de nosso Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação entre o homem e o criador.

Na Cultura Yorùbá são os elementos da natureza que dão condição de vida no planeta, a água, o fogo, o ar, e a terra. Estes se apresentam de inúmeras formas que se multiplicam primeiro em dezesseis, sendo o número dos primeiros Òrìsà primordiais, que vieram para ajudar a construção do planeta sob todas as formas de vida, ou os dezesseis Odù, a tradução literária de todos os problemas do homem, e neles estão contidos toda a sabedoria da criação.

Ifá transmite sua palavra através dos dezesseis Odù, e estes são a expressão da natureza que é a fonte de energia que movimentará e determinará a personalidade da pessoa. Estes Odù, multiplicados por mais dezesseis perfazem 256 tipos de divindades diferentes entre si, com atributos próprios e cada um conterá uma complexidade de inúmeros caminhos ao qual servirão para auxílio da raça humana.

Em nosso princípio ancestral, todos nascemos da terra, veja a composição de seu organismo que é composto de água, minerais, ferro, e assim por diante, portanto é natural que para encontrar o equilíbrio de nossa vida também façamos uso dos elementos que saem da própria natureza. Toda a criação Divina tem uma função determinada para auxiliar a sobrevivência em equilíbrio entre as forças negativas e positivas.

Na tradição africana, por tudo o que já foi dito, Ifá é um Órìsà muito venerado. Em sua terra (Ilé-Ifá) existe um templo muito antigo onde todas as sextas-feiras as pessoas vão rezar para a paz no planeta. Como nada será feito de importante sem antes consultá-lo, quando um bebê nasce, entre o terceiro e quinto dia após seu nascimento ele é levado ao Bàbáláwò para que se faça uma consulta a fim de saber qual será o destino desta criança, recebendo tratamento para que o rumo de sua vida seja o melhor possível.

Qualquer caso de saúde, casamentos, financeiro, amoroso, depressão é revelado através de divinação, que além do problema apresentará as possibilidades de melhorar a situação determinando o que poderá ser feito para atrair a sorte, a paz e a felicidade de cada um.


O Culto a Ifá envolve as oferendas, proteções que são feitas com as magias, e a cada novo ano ele será consultado para saber o futuro da comunidade. Sua importância é tanta que será através da consulta ao Òrìsà que um novo rei será eleito, uma vez que pode conhecer a pessoa ideal para ocupar qualquer cargo tanto como um líder, ou outro tipo de ocupação, estas são marcas que já trazemos de nosso espírito ancestral.

Se após a consulta for determinada a realização de algum sacrifício para um Òrìsà, não se pode esquecer a parte dedicada a Èsù, pois ele é a energia que transformará a sua necessidade, enquanto matéria, em energia sutil a fim de que seu pedido chegue a Olódùnmarè.

Ele é simbolizado por trinta e dois caroços de um tipo especial de palmeira de dendê, os quais apresentam três ou mais "olhos", ao invés de apenas dois, como nas palmeiras comuns. Antes de serem servidos ao Òrìsà, os caroços deverão ser preparados especialmente no bosque de Ifá, para só depois serem manipulados pelo Sacerdote de Ifá para fins de divinação, e só podem ser extraídos por homens.

Quando uma leitura não favorece o consulente, não é necessário ficar em desespero, pois Ifá poderá ser consultado novamente para informar qual o melhor procedimento para eliminar o obstáculo que lhe entravam a felicidade. O animal necessário para o sacrifício só será determinado através da divinação, e após ser efetuado, o consulente deverá apresentar-se mais uma vez perante o Òrìsà a fim de saber se ele se satisfez.

Entre nós, os Yorùbá, os Sacerdotes dedicados a Ifá pedem sua benção todos os dias pela manhã, e uma vez por ano promovem uma festa em sua homenagem.

Obì, é um fruto sagrado também considerado Òrìsà, e o de quatro gomos são suficientes para o seu culto diário. Todas as manhãs o Sacerdote colocará um Obì dentro d´agua e começa a bater no Opon-Ifá, com o Iroke-Ifá.

Enquanto bate recitará um Oríkì (evocação) a Ifá como abaixo descrito em lingua Yorùbá

Ti a ba ji a we´wo toni, a we´se kasin owuro
Ti a ba ji, a tun wa fi aso toki bo`ra
Mo ni Òrúnmìlà, o ji re loni
Ela, o ji´re loni
Morohuntolu, Mosiakaragba, omo erin nfon gu l´alo
Omo e ekama owo ko jékun ara abe
Omo abeto winniwinni b´eji ro p´omo akunnu
Omo olobe to fi ori mo odi umo jumo
Oma jire loni o
O ji re loni tokun-tokun
O ji loni tide-tide
O ji bi oloto ti nji nile Ado
O ji biurinrin ti nji lode owo
O ji bi peepee ti nji lodo Asin
O ji bi Olosunta ti nji lode Ikere
O ji bi ala ti nji lode Ado (Ibini)
O ji bi oro gidigba ti nji lode Isele
O ji bi Ubebe ti nji lode Ayo
O ma jeki oni san mi o

Logo após a evocação o Bàbáláwò parte o Obì, que se for do desejo poderá ser jogado para saber se o culto foi bem aceito, e esta água levada a Èsù. Se aceito o Obì cairá com dois gomos virados para baixo e dois gomos virados para cima (imagem da dualidade macho e fêmea) caso o resultado seja Aláàfia, ou seja os quatro gomos virados para cima, Ifá terá aceito o Obì, quando então o Sacerdote dividirá o Obì entre todos as pessoas que irão consultar com ele iniciando os trabalhos do dia.

Na comemoração anual de Ifá, o sacerdote oferece em sua homenagem: màrìwò, frango, peixes, cabra, Ìgbín (caracol), inhame, osuka omu, pedaço de tecido e Obì. O osuka omu, será colocado sobre a imagem de Ifá junto com três inhames amarrados, e assim o Bàbáláwò pronunciará as palavras do culto que em Yorùbá são:

Ifá, mo pe o
Òrúnmìlà, mo pe
Ela mo pe, omo oyigi
Òrúnmìlà mo pe
Et'eti ke gb'ure
Aaya olupe, uupe re ire o
Aaya olupe uupe re ire o
Aaya olupe, pe re ire o
Apeje apemu
Ape ni gbogbo dukia ninu odun yi
Ki o ni apawisi ioni
Ki o ni uwere a nise
Ki o ni wonran niboju ti nmo
Ki o wa gbohun awo loni

Após encerrar esta evocação o Bàbáláwò reza para todos os presentes na festa e partirá o Obì aceito por Ifá, distribuindo pequenos pedaços a cada um. Como oferenda será imolada uma cabra em cujo sangue ficará na imagem de Ifá até o dia seguinte.

Quando chegar ao quinto dia, o Bàbáláwò consultará Ifá, a fim de obter as previsões do ano, e de acordo com o resultado serão oferecidos novos sacrifícios e oferendas de objetos, conforme a resposta do Òrìsà, para que tudo transcorra da melhor forma possível.

No sétimo dia o Bàbáláwò oferece uma festa, na qual se come e bebe encerrando desta forma o Culto anual a Ifá.

Poderíamos falar muito mais sobre Ifá, mas deixo aqui meu e-mail para que entre em contato através do qual darei mais informações e orientações seguras e verdadeiras sobre este Òrìsà.


Para aqueles que receberam em seu Orí, a mão de Ifá, após passarem pelos rituais de iniciação, podem ser considerados portadores de um bem inestimável, com ele reencontrarão o caminho de seu destino primordial, puro, limpo de todas as mazelas que adquirimos durante a vida; é um reencontro com nossa transcendência. Mas, é necessário esclarecer que para fazer juz a este direito também será preciso uma altíssima reconsideração de suas atitudes perante a vida, pois este ser não fará mais parte daquilo que chamamos do inconsciente coletivo que prevalece na raça humana, a partir de então passará a ser ele um indivíduo único, diferenciado, o qual terá de cumprir suas obrigações em relação a Ifá com respeito e dignidade a fim de poder receber o verdadeiro Àse e como conseqüência assumindo perante a si próprio responsabilidades muito grande, que se não cumpridas poderão trazer graves conseqüências.

Entendendo o Orí:

Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro Òrìsà que recebemos, nele trazemos as impressões que estão gravadas no inconsciente, a nossa origem no universo. Ligados a ele por nosso Elédà, (mente superior), e fonte da inteligência para a sobrevivência no Aiyé (Terra), e dele (Orí), geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa jornada não somente para a vida em si mas também na saúde, prosperidade e equilíbrio, o qual está diretamente ligado ao Òrum (Céu), portanto aquele que conhece o próprio destino, da mesma forma que nos conduzirá na passagem do mundo físico ao espiritual, Ikú (a morte).

Assim, Orí = origem do ser = Elédà ( mente superior), está ligado ao Òrum, e ao mesmo tempo ligado à Terra (Aiyé), sobrevivendo após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito, e desta forma guardando em sua memória as marcas de sua origem.

"O pensamento provoca a ação", "a ação provoca a reação", e todos os frutos colhidos serão a resposta de nossa conduta, de nosso equilíbrio tanto mental como emocional, e isto é ter bom Orí, que saudaremos Olorire, e para aqueles com um mau Orí diremos Olori Burúkú, aquele de cabeça ruim, fraca.

Olódùnmarè, nosso Deus maior nos deu a perfeição, deixando conosco a sabedoria transcendente, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Orí, assim diz o Oríkì (reza), "Nada se faz sem um bom Orí," nem mesmo nosso corpo tem comando, não anda, não prospera, não tem alegrias, não tem saúde.

Ifá em nossa vida

Ifá, é a soma da sabedoria suprema, a cosmogenia e a cosmologia, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade, a força que conduz a sustentação do planeta vivo.

Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, assim existindo a necessidade por parte dos Sacerdotes conhecedores plenos da extensão deste mesmo poder avaliarem o candidato com muita clareza e assim permitindo ou não esta iniciação.

Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Orí, esta força que liga o ser com o sagrado. Seus Sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições em botânica, mineralogia, zoologia conseguem unir os elementos da natureza à energia vital de cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual precisa de mentes sãs.

A Conduta dos Filhos de Ifá

Fica assim muito claro que para estes filhos a conduta é de suma importância, e que haverá a necessidade de muito domínio de suas emoções onde a humildade, a paciência, o caráter, a dignidade, a sabedoria, deveram ser superiores a qualquer tipo de vaidade, prepotência, arrogância, ambição, sendo estas últimas características que poderão ser usadas indevidamente a fim de obter proveito próprio mas que sem dúvida serão cobradas pela lei universal de ação e reação.

Quando se fala que o Òrìsà castiga, é uma inverdade, pois na realidade a maior parte do sofrimento é fruto do desequilíbrio entre a emoção e a razão humanas, e conforme as atitudes tomadas perante seus semelhantes as forças que irão reagir em sua vida tanto poderão ser positivas como negativas, conquanto serão um fruto do seu bom ou mau Orí, a resposta daquilo que você é.

Em nosso mundo Ocidental achamos que o valor do homem está na obtenção somente de bens materiais, e para o consumo destas necessidades não se mede esforços nem os meios de alcançá-los, mesmo que muitas vezes as formas usadas sejam totalmente incompatíveis com as Leis Superiores. Não há respeito nem pela natureza, nem com seus semelhantes.

Na África, no entanto existe em seu povo a Consciência Plena dos compromissos que existem entre as forças da natureza e os homens, e que o verdadeiro bem não está em usar estes poderes de uma forma inconseqüente, explicando-se assim sua simples forma de vida, os verdadeiros valores do homem não estão em sua conta bancária, mas em seu Elédà, no uso da sabedoria adquirida não somente para o bem de si próprio mas para manter o equilíbrio do planeta.

A terra é a sustentação da vida, todo o mundo físico está sobre ela, carros, asfaltos, prédios , plantação ou qualquer outra coisa, isto tudo faz parte da ilusão do homem, sua maior riqueza está na natureza, sem ar ele não vive, sem terra ele não anda, sem fogo ele não tem progresso, e sem água ele não nasce.

O ser humano vive obcecado dentro de suas ilusões, por isto ele adoece, trapaceia, chora, e ri, deixando-se levar por valores que não são dele mas da condição de uma sociedade, a sua origem pura está perdida em meio a tudo isto e o desequilíbrio se instala em seu Orí, gerando a inveja, a ansiedade, a impaciência, a depressão, ele é um ser desconectado de seu Eu interior (Elédà), sem isto não consegue ouvir sua própria consciência e chegar verdadeiramente a Deus.

Quanto mais nos aprofundamos conseguindo entender a grandeza da sabedoria divina, mais distantes estaremos das banalidades, uma vez que a riqueza já está codificada dentro de nossa alma, é uma força sutíl que nossa sensibilidade grotesca não consegue perceber, e como resultado não temos paz, felicidade e prosperidade.

Antes de qualquer compromisso com Ifá, esta pessoa deve estar informada e preparada para assumir esta conduta.

A lealdade com o princípio Divino, estará acima de tudo.

A Transformação dos filhos Iniciados em Ifá:

No momento da iniciação o destino vivido por esta pessoa até então, estará sendo limpo, enterrado, dela serão tiradas todas as forças contrárias, e haverá uma mudança no trajeto até então vivenciado, fazendo com que seu Orí encontre o destino do momento de sua concepção, apagando as imperfeições conseqüentes de sua vida refletida pela sociedade onde nasceu, cresceu e vive para reencontrar a sua origem perfeita.

Mas para que esta força de fato venha adentrar em seu Orí e passe a fazer parte de sua existência estes novos filhos deverão procurar além de cumprir leis, entender, estudar o sentido desta filosofia para que a magia desta iniciação prevaleça neste Orí, sendo ela independente de seu Órìsà Guardião.

Ifá, é um culto tradicional considerado a fonte de todas as outras formas de adoração, é um livro de orientação, um roteiro, que trata você como indivíduo único e através do qual receberá suas regras de conduta pessoais Ewos, (leis) de acordo com sua origem ancestral, leis estas que irão levá-lo a obtenção da realização de sua felicidade de acordo com sua própria história e missão.

Aqui não pode haver a alimentação de sonhos que não fazem parte de seu destino, mas a leitura daquilo que você sempre foi, desde os primórdios e a busca de seu aprimoramento através das soluções apresentadas nos jogos divinatórios de Ifá. Assim em nada se parece a qualquer religião, associações ou fraternidades que existem, onde todos são tratados como massa independendo da inteligência, e onde seu Eu Interior não é respeitado.

O aprendizado correto da forma de sua cultuação requer um grau elevado no domínio de seu comportamento já cheio de vícios de personalidade este é o verdadeiro Àse, o nascer novamente com a maturidade e a consciência adquirida e poder reformular sua vida de forma a satisfazer sua vida.

Ritual de Iniciação em Ifá:

Primeiro o candidato será apresentado ao sacerdote, que jogará então o Opele-Ifá, e através dele terá a visão plena das condições necessárias para que este Orí possa receber esta iniciação. Jamais esta avaliação será feita através do jogo de búzios como é de costume aqui no Brasil.

Uma vez aceito, esta preparação será feita com um mês de antecedencia, quando então o sacerdote irá para a floresta sagrada à procura das sementes também sagradas, o Ikin, e então passadas por rituais que somente os Bàbáláwò podem executar.
Estas sementes são dotadas de três ou mais olhos (3.º olho, Iwa Yi, o olho do caráter), e serão escolhidas para cada pessoa de acordo com os Odú que caíram durante o jogo, não podemos esquecer que Ifá traduz a sua individualidade.
Durante o ritual iniciático, enquanto estão sendo batidas as sementes de ikin, o sacerdote estará recitando os versos (Itan) dos 16 Odú principais, mais Odú-Ifá Oseturá, que representa a criação da diversidade no Universo, e assim a visão dos inúmeros caminhos traduzidos pelos Odú, dando a Òrúnmìlà o nome de Eleripin (A Semente da Criação).
Estas sementes rezadas individualmente será o Ibá-Ikin-Ifá, elemento que fará a ligação de seu Elédà com sua origem Divina o qual estará relacionado aos primeiros 16 Odú, os Órìsà primordiais, e a multiplicação destes. A sua matriz de origem estará sendo invocada para dar sentido a sua vida aqui na terra.



Esù-Ifá

A ilusão nos causa impressões de que algo visto de perto pareçam simétricas, e quando vistas à distancia terão um novo foco, assim vice e verça. Partindo deste princípio tudo depende do modo como se "olha", assim a justiça, ou a injustiça, o bem e o mau, assim como é importante as pessoas terem em conta que muitas vezes aquilo que lhes faz bem hoje, com o tempo pode não ser, da mesma forma que aquilo que hoje é ruim, amanhã poderá ser muito bom.

Para a cultura Yorùbá, Èsù é o justiçeiro Divino, aquele que olha tudo, que leva a Olódùnmarè os anseios do homem e o trás de volta em forma de benefício, Àse ou não.

Tudo o que existe tem sua polaridade, e Èsù será aquele que nos dará a pista de qual o caminho tomar, ele traduz a linguagem densa de nossa crosta terrestre para chegar no divino, gerando caminhos (Odú), portanto ele é a primeira semente geradora.

Quando você conversa com a natureza e isto lhe trás benefício é Èsù que traduziu o seu código mental para a energia pura, trazendo de volta em forma de prazer interior.

Se o Ikin-Ifá é a mente, para cada inciciado será então plantado um Èsù, pois ele é quem vai transformar os desejos interiores no seu mundo paupável, a mente é a razão, e Èsù o gerador, aquele que faz conceber, nascer, criar e tornar possível os frutos desta razão.

Ele será plantado em uma pedra na qual os sacerdotes invocarão um espírito, e daí por diante você deverá criar uma afinidade de tal forma que tudo o que faça possa com ele dialogar, em todos os momentos, todos os dias e horas, se não fisicamente, mentalmente, criar uma simbiose. Forças são energias vivas que não podem ficar paradas, se você não tem este contato, com o tempo se vão, e aí você perderá novamente este elo de ligação, e só lhe restará uma pedra.


Ikin-Ifá e Èsù-Ifá

Por conclusão, quando o iniciado recebe estes elementos sagrados o seu equilíbrio espiritual será completo, representando a unidade entre aquilo que se pensa e aquilo que se faz.

Aquele que vive somente dentro da razão concentra na parte central do seu corpo esta energia, e viverá sempre tenso, dores de cabeça, mau humorado, é um ser nervoso.

Quando ao contrário a pessoa se agita muito mais do que faz, serão aqueles que não sabem nem o que fazem, nem para onde ir, e vivem se debatendo de um lado para o outro sem sentido ou objetivos.

O equilibrio está em pensar, e fazer. O Orí cria objetivos, os pés correrão o mundo, e as mãos farão o que precisa.

A manutenção deste enorme bem recebido terá que ser cumprido, sob muitas formas: Ao se levantar de manhã, em jejum sem falar com ninguém deverá orar para eles. Todas as sextas-feiras fará sua oferanda da semana. A cada 30 dias, sua oferenda de mês. E a cada ano será feita festa em sua homenagem. Todos os preceitos, oferendas ou qualquer coisa que fará sempre será sob a orientação de um Bàbáláwò, nenhum outro grau hierarquico dentro de nossa religião está apto para dar orientação sob a conduta e procedimento para os filhos de Ifá. É bom que se diga que na África, Bàbáláwò não são possuidos pelos Eleguns, e este um título é usado no Brasil indiscriminadamente por pessoas que não conhecem a profundidade de seus reais fundamentos.


Nota. Retirado do site:

www.omooduduwa.com.br

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